D'AMOUR ET DE CYANURE!
LINDA MARIA BAROS(FRANÇA)
Ne m’appelle pas chez toi, dans ta mansarde,
tournant - comme un écervelé tournant ! -
les boutons de la cuisinière,
pour te défaire une fois pour toutes
des hurlements des vieux loups du four,
de leurs poils mués,
qui te poussent sans cesse sur les bras,
la nuit, comme des furoncles, alors que tu éteins
les cigarettes profondément dans ta chair.
Ne m’appelle pas chez toi, dans ta mansarde,
fendant - comme un écervelé fendant ! -
entre les barreaux du lit,
dans la porte, sous la botte,
ton tibia et ton péroné
- je les entends craqueter dans mon portable -,
comme si tu fendais
le vieux fusil de chasse de ton père,
trop poisseux pour que tu puisses le charger à nouveau,
après qu’il se fut brûlé la cervelle
et, pris de spasmes, qu’il eut cassé ta porte
à coups de pied.
Ne m’appelle pas chez toi, dans ta mansarde,
puisque j’y viendrai !
Et je m’arracherai le cœur de la poitrine,
je l’entaillerai avec les dents
et je le saupoudrerai de sel
extrait avec une rivelaine
de mes glandes lacrymales
et je le jetterai,
comme l’on jette une meule,
pour qu’il brise ton tibia et ton péroné,
- en de menus morceaux ! -,
pour qu’il entasse profondément dans le four
ton souffle d’ammoniaque
et pour qu’il fende à jamais
ta tête de bête sauvage !
(La Maison en lames de rasoir, Cheyne éditeur, 2006, rééd. 2008, Prix Apollinaire 2007)
De amor e cianeto!
LINDA MARIA BAROS(FRANÇA)
Tradução de: Vanda Lúcia da Costa Salles
Não me chame para sua casa, em seu sótão,
girando - como um descuidado gira! -
os botões do fogão,
para se livrar uma vez por todas
dos uivos de lobos velhos do forno,
dos seus cabelos,
que o cultiva incessantemente nos braços,
a noite, como os furúnculos,
os cigarros profundamente em sua carne.
Não me chame para sua casa, em seu sótão,
rachado - como um descuidado rachado! -
entre as barras da cama,
na porta, debaixo da bota,
sua tíbia e sua fíbula
- Ouço estalo em meu laptop -
como se estalasse
o rifle velho de caça de seu pai,
muito pesado para que você possa carregá-lo novamente,
depois que queimara os miolos
e, tendo espasmos, arrombou sua porta
a pontapés.
Não me chame para sua casa, em seu sótão,
que eu irei!
E arrancarei meu coração do tórax,
rasgarei com os dentes
e polvilharei sal
extraído com uma picareta
de minhas glândulas lacrimais
e o arremessarei
como se joga uma pedra de moinho,
para quebrar a sua tíbia e sua fíbula,
- em pedaços pequenos! -
de modo que os empilhem profundamente no forno
seu sopro de amoníaco
e dividi-la para sempre
sua cabeça de besta selvagem!
De amor y cianuro!
LINDA MARIA BAROS (FRANÇA)
Traducción de: Myriam Montoya
No me llames a tu casa, en tu mansarda,
girando - como un atolondrado girando! -
los botones de la estufa,
para deshacerte de una vez por todas
de los aullidos de viejos lobos del horno,
de su pelaje mudado,
que te crece sin cesar sobre los brazos,
la noche, como los furúnculos, mientras apagas
los cigarrillos profundamente en tu carne.
No me llames a tu casa, en tu mansarda,
hendido - como un atolondrado hendido! -
entre las barras de la cama,
en la puerta, bajo la bota,
tu tibia y tu peroné
- las escucho crujir en mi móvil -
como si hendieras
el viejo fusil de caza de tu padre,
demasiado pegajoso para que puedas cargarlo de nuevo,
después que se volara la tapa de los sesos
y, teniendo espasmos, rompió tu puerta
a patadas.
No me llames a tu casa, en tu mansarda,
puesto que iré!
Y me arrancaré el corazón del pecho,
lo cortaré con los dientes
y lo rosearé de sal
extraída con una pica
de mis glándulas lacrimales
y lo arrojaré
como uno arroja una piedra de amolar,
para que parta tu tibia y tu peroné,
- en menudos trozos! -
para que amontone profundamente en el horno
tu soplo de amoniaco
y para que hienda por siempre
tu cabeza de bestia salvaje!
Fata Morgana
LINDA MARIA BAROS (FRANÇA)
L’ânon du plancher te porte sur son dos,
trottant éreinté entre les murs,
parmi leurs utopies blanchies à la chaux
– vivantes elles aussi, leurs troupes pétrifiées,
leurs meutes, leurs tentations !
Il te porte, inlassable, comme à travers un désert.
Il se jette dans le tournant, embrasé,
sa trajectoire semble tracée fougueusement
dans la paraffine.
– Merde! hurlent ceux qui viennent vertigineusement
à contresens
et leurs voix s’entremêlent dans le bruit sourd
de tissage,
qui hante le désert, les murs, les autoroutes…
– Merde alors! résonne l’écho.
Et de la fenêtre, la lumière, lance affilée,
se reflète à l’envers sur le plancher,
comme dans un fond d’œil.
Elle te percera la côte tout à l'heure.
L’ânon te jette entre les dunes. Et pleure.
Fada Morgana
LINDA MARIA BAROS (FRANÇA)
Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles
O burro de carga o leva no dorso,
trotando exausto dentro das paredes,
dentro das suas utopias caiadas
- também vivo, as suas fileiras petrificadas,
Os seus pacotes, as suas tentações!
Ele , incansável, o leva como se por um deserto.
Ele se lança na curva, impetuoso,
o seu caminho parece traçado
em parafina.
"Merda! " grita esses que vêm, vertiginosos,
o modo oposto,
e as suas vozes se entrelaçam no som amortecido
de tecelagem
isso assombra deserto, paredes, rodovias...
"Merda! " ressoa o eco.
E da janela, luz, lança afiada,
reflete de cabeça para baixo no chão,
como se do fundo do olho.
Perfurará sua costela em um tempo.
O burro o lança nas dunas. E gritos
*LINDA MARIA BAROS: nasceu na Romênia em agosto de 1981, é uma autora Francófona que mora em Paris. Ela publicou cinco coleções de poemas, dois jogos, e dois estudos literários. Os três dela a maioria dos recentes livros de poesia foi publicado na França através de éditeur de Cheyne: Le de signes et d'ombres mais Ao vivo (O Livro de Sinais e Sombras), vencedor da Chamada Poética Prêmio 2004, La Maison en lames de rasoir (A Casa Fez de Lâminas de Navalha), vencedor do Apollinaire Prêmio 2007, e L'Autoroute A4 et autres poèmes (A Rodovia A4 e outros poemas), 2009.
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