quarta-feira, 25 de abril de 2012

POESIA :MÃE- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES


Foto: Maria Amaral Ferreira ( In memorian), mãe da poeta


MÃE

  Por: Vanda Lúcia da Costa Salles


I

Um signo marca a tarde, alegria
... nasce desse abril que tanto amavas
Do gesto, o canto samba


II

em gorjeios-pássaro entoam,
e garças plainam no brilho espumoso da maré, loas
um galanteio no azul, é



III

o que de longe imaginas, broto
todo um leque de igual sabor, a esgarçar
sorrisos nas mãos que tocas


IV

E se Deus houvesse lido, linhas essas
que sonhando brindas no fulgor adormecido
da tarde que voa, Ela, com toda certeza


V

compreenderia das lágrimas, o porquê
da vida não medir esforços e refazer
do pranto só ternura e broas, amo


VI

de ti, o canto entoo quando
serena, à noite, aprumo a esperança
e lanço-me veleiro ao mar...

VII

... aberto peito, jorra cascatas, em flor
meus versos são pétalas recém-nascidas, da agonia
e do desacerto, acalanto

VIII


o qual, ninguém entende, nadar frequente
notívago inseto, vago
em Dó maior.


IX

e a mãe, enlaça bandeira e vento em face
Na face Gorki não cala o que a fala engole, o risco
emblemático de bem-te-vis


X

canto a canto,m saliva engasga, um beijo estala
mais atrevido o sonho jorra: caraminholas
e amores-perfeitos





sexta-feira, 6 de abril de 2012

POESIA: COTIDIANO - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)





COTIDIANO


VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)



Para W.J. SOLHA


I

a carta que não escrevi
ainda está gardada,
na gaveta da cômoda,
que é a minha memória a passear pelos jardins,
desse nosso planeta,
vivíssimo,
na molecagem do grafiti


II

em você a poesia tece manhãs outonais
e sei, para desepero de alguns
que o amanhã se estenderá
sobre violetas, gerânios e tantos queiram ser
somente flor
ou do amor,
a mesmíssima pétala



III

aroma gera o desalinho
desses golfinhos
quando veem passarinho verde,na língua
o oceano
invade a sina, e
diz que Arte
é mais e mais que mais
e está além dos nós




IV
ideia tal,
agua o toque,
e te oferto uma água de coco, aqui
em minha rede indígena e tropical
guardada a sete chaves
nesse meu coração gaivota dourada
caos,
em mim
o seu Marco do Mundo,Luz
a embalar minh'alma com alegria e charme