sábado, 25 de setembro de 2010

HOMENAGEM: ARICY CURVELLO (BRASIL)*



Foto: pintura de Cézzane


CÉZANNE

Jamais quis pintar
como um animal


porém
na dimensão que nós dá as coisas
repletas de reservas, inesgotáveis:
a do mundo em sua espessura
(não as só palavras em discurso).


massa sem lacuna:
um organ ismo de cores
a vibração das aparências não é o berço das coisas;
Escrevia como pintor
o que não havia sido pintado ainda.


( a criação do que existe é uma tarefa infinita.)



CÉZANNE

jamás quise pintar
como un animal

sin embargo
en la dimensión que nos dan las cosas
repletas de reservas, inagotables:
la del mundo en su espesura
(no sólo las palabras del discurso).


Masa sin laguna:
un organismo de colores.
La vibración de las apariencias no es el principio de las cosas:
Escribía como pintor
lo que no había sido pintado aun.

( La creación de lo que existe es una tarea infinita.)





Do Livro POESÍA EN TRÁNSITO/ARGENTINA-BRASIL (2009), pp. 26-7.



* ARICY CURVELLO: Nasceu em Uberlândia (MG), em 1945. Estudou Direito e sob a ditadura militar sofreu prisões e perseguições. Andou pelo mundo e agora reside no litoral do Espírito Santo. Correspondente no Brasil da revista literária portuguesa Anto (1997-2001), e sócio da União Brasileira de Escritores (São Paulo), da Casa do Escritor (São Roque-SP) e do Instituto Histórico e Geográfico de Espírito Santo.Participou em setembro de 2008, como poeta convidado, da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília. Entre seus livros de poesia contam-se : Os dias selvagens te ensinam(1979); vida fu(n)dida (1982); Mais que os nomes do nada (1996); O acampamento (1996, já em onze edições, traduzido e publicado em espanhol, francês e italiano0 e 50 Poemas Escolhidos pelo Autor (2007). Integra importantes antologias, como a Poesia Mineira no Século XX e está incluído em outras do estrangeiro. Tradutor e ensaísta, seu livro Uilcon Pereira: no coração dos boatos (2000) recebeu o Prêmio Joaquim Norberto.

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