sábado, 20 de novembro de 2010

MOMENTO DISCENTE: SOYAGE - MATHEUS DE OLIVEIRA (BRASIL)*




Foto: AGAR





MATHEUS DE OLIVEIRA (BRASIL)

SOYAGE

Este é meu chão, esta é minha terra: Soyage. Terra de Kaomi, o deus do amanhecer. Pertenço a esse mundo extraordinário, que é mantido em sintonia com a natureza e todos os seres que aqui vivem, através de Ratomi, a deusa centro-mundi, a maior divindade desse mundo, que com grande resiliência dirige todos a estarem interados; estarem em unidade perante as adversidades que nos cercam, mas que ao mesmo tempo nos atraem a lutar re resistir, mas sempre mantendo um equilibrio entre os seres viventes, natureza e os deuses.
Arph, o deus criador, é aquele que com seus planos mirabolantes, criou-me. Fez-me “ser vivente”, através de uma junção amorosa com a mãe natureza, que é soberana sobre todos. Agradeço a Arph de ter me criado, de ter posto em mim o fôlego de vida.
Nosso mundo foi criado depois que uma grande chuva caiu sobre uma terra seca, perdida no espaço. Ratomi sempre existiu e sabia a todo tempo que nosso mundo e todos nós que aquí habitamos seríamos criados. Como uma explosão dentro de si, Taomi sentia tudo aquilo que a natureza fazia. Taomi sentiu cheiro de vida; sentiu a chegada de um novo tempo. Tudo foi criando cor e forma, mas numa dimensão tão grande e exuberante que nem Ratomi a poderia imaginar.
Soyage existe; surge. A natureza com seus mistérios insondáveis faz nascer do pó da terra: Kaomi, que veio ao mundo trazendo luz; direção aos seres já existentes, por isso foi nomeado por Ratomi, o deus do amanhecer.
[.......]

O homem, aquele que era chamado de imagem e semelhança de Deus, por causa da grande ambição, ia veemente destruindo o seu mundo; o seu lar, destruía aquele lugar que o seu criador havia lhe preparado. O homem fugia do perfeito plano de Deus para ele. Enquanto Arph me contava essa história, eu refletia e me questionava: “por que isso? Para que tanta ambição se Deus havia lhes dado tudo?”



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Continuando o fio da história, Arph me contava que a mãe natureza ia sendo muito destruída e tão massacrada, que ela não suportou a tanto, que acabou se revoltando contra o homem. Vários desastres naturais ocorreram naquele planeta. Já não havia mais amor entre os seres, que um dia foram chamados de humanos.
A natureza com grande sapiência tomou uma decisão, uma decisão que mudaria a história de toda humanidade. Com o coração quebrado e chorando estabeleceu o designo de que a Terra e todos que nela habitavam seriam dizimados. Juntamente com o espírito da mudança, a mãe natureza escolhe uma mulher que vai ter grande participação na destruição do seu próprio planeta. Essa mulher com a voz da mãe natureza sibila uma melodia que entrega o espírito de todos àqueles viventes às entidades supremas. Aquela canção também representava o último suspiro do planeta, o último fôlego.
Grande escuridão caiu sobre todos. Esta hora marcava o fim da existência dos moradores da Terra. Enquanto Arph me contava essa história, eu devaneava esse evento histórico de forma grandiosa em mim. Arph me conta também, que essa mulher, que sibilou essa melodia, naquele dia, foi a única poupada pela mãe natureza da destruição que assolara aquele planeta.
A hora já estava avançada. Eu me despeço de Arph e vou embora para fazer minhas orações aos deuses, como sempre me foi ensinado, pelos ancestrais. E enquanto eu cumpria minhas obrigações da jornada de volta para casa, perguntei a mim mesmo:” E aquela mulher? Se sobreviveu, onde ela está? “Nesta hora em que eu refletia sobre, eu recebi uma luz. Uma direção de Kaomi, e concatenei essa mulher a Ratomi, imaginando elas serem a mesma pessoa. Fiz minhas orações naquela noite e fui dormir, com todos os sentidos aguçados.

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* Conto selecionado para a ANTOLOGIA DO ENLACE-MPME:MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO

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