quinta-feira, 31 de março de 2011
CONVITE: 2º ENCONTRO NACIONAL E INTERNACIONAL S.A.L.A.C (CÓRDOBA, ARGENTINA)- VOLVER EN PALABRAS: 7,8, 9 Y 10 , DE AVRIL DE 2011
A Presidente de S.A.L.A.C. (Córdoba), Argentina, invita a todos para el
2º ENCONTRO NACIONAL E INTERNACIONAL DE ESCRITORES " VOLVER EN PALABRAS"
- 7, 8, 9, 10 de Avril de 2011 -
segunda-feira, 28 de março de 2011
CONVITE: 35ª QUINTA POÉTICA-31 DE MARÇO DE 2001 - CASA DAS ROSAS-ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS (SÃO PAULO)
Escrituras Editora e Casa das Rosas
convidam para a
QUINTA POÉTICA,
31 de março de 2011
a partir das 19h (evento gratuito)
com os poetas convidados
Cláudio Portella (Fortaleza – CE), José Inácio Vieira de Melo (Dois Riachos, Alagoas, radicado em Jequié – BA), Mariana Ianelli (São Paulo - SP) e Raimundo Gadelha (Patos - PB, radicado em São Paulo), com apresentação especial de Percutindo Mundos (Música Contemporânea Caiçara de São Vicente – Litoral Santista – SP).
Curador: José Geraldo Neres.
Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos
Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP
Próximo ao metrô Brigadeiro.
Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74
Informações: (11) 5904-4499
è Próxima QUINTA POÉTICA: 28-abril-2011, na CASA DAS ROSAS.
Saiba mais sobre o evento e os convidados:
Quinta poética
Quinta poética
Mensalmente, a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas consagrados e novos talentos, que têm a oportunidade de apresentar seu trabalho. Intervenções artísticas das mais diferentes expressões, como dança, música, artes plásticas, cultura popular, envolvem a leitura dos poemas. Grandes nomes da poesia, como Álvaro Alves de Faria, Beth Brait Alvim, Carlos Felipe Moisés, Celso de Alencar, Claudio Willer, Contador Borges, Eunice Arruda, Floriano Martins, Hamilton Faria, Helena Armond, João Melo (Angola), José Geraldo Neres, Raimundo Gadelha, Raquel Naveira, Renata Pallottini, Renato Gonda, Roberto Bicelli, entre outros, já estiveram presentes nesses encontros, que são promovidos pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.
Os poetas:
Cláudio Portella é escritor, poeta e resenhista literário. Autor dos livros Bingo! (2003), Crack (2009), fodaleza.com (2009) e As Vísceras (2010). É o antologista de Melhores Poemas Patativa do Assaré (2006). Também é autor de Cego Aderaldo (2010).
José Inácio Vieira de Mello (1968), alagoano radicado na Bahia, é poeta e jornalista. Publicou os livros Códigos do silêncio (2000), Decifração de abismos (2002), A terceira romaria (2005), A infância do Centauro (2007) e Roseiral (2010). Organizou Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004) e a agenda Brasil Retratos Poéticos do Brasil 2010 (2009). Publicou também o livrete Luzeiro (2003) e o CD de poemas A casa dos meus quarenta anos (2008). Participa das antologias Pórtico Antologia Poética I(2003), Sete Cantares de Amigos (2003), Voix croisées: Brésil-France (2006) e Roteiro da poesia brasileira – Anos 2000 (2009). Coordenador e curador de vários eventos literários, como o Porto da Poesia, na VII Bienal do Livro da Bahia (2005) e a Praça de Cordel e Poesia, na 9ª Bienal do Livro da Bahia (2009). Foi coeditor da revista de arte, crítica e literatura Iararana, de 2004 a 2008. Edita o blogCavaleiro de Fogo (www.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com).
Mariana Ianelli é autora de Passagens (2003), Fazer silêncio (2005), Almádena (2007) e Treva alvorada (2010), entre outros livros, todos publicados pela editora Iluminuras. Mestre em Literatura e Crítica Literária, colabora como resenhista para os jornais O Globo - Prosa&Verso (RJ) e Rascunho (PR). Escreve crônicas todos os sábados para o site Vida Breve. Tem participações em várias antologias e revistas literárias. Em 2008 venceu o Prêmio Fundação Bunge de Literatura (antigo Moinho Santista), na categoria Juventude. Site oficial: http://www.uol.com.br/marianaianelli/ .
Raimundo Gadelha é poeta e fotógrafo, formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal da Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde residiu por três anos, depois de ter estudado em Nova York. Sua obra percorre o romance, o conto e a poesia, tendo 15 livros publicados, entre eles Vida útil do tempo (poesia, 2004) e Em algum lugar do horizonte (romance, 2000), editado na Grécia e no México. Atuou durante três anos como editor da Aliança Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora (www.escrituras.com.br), que comanda até hoje. Em 2007, assumiu a direção da editora e livraria virtual Arte Paubrasil (www.artepaubrasil.com.br) e em 2009 adquiriu os selos A Girafa e Girafinha, dando continuidade às suas publicações.
Participação especial de Percutindo Mundos - O grupo experimental de "música contemporânea caiçara" tem sua criação voltada a ressignificação de identidades culturais, unindo o ancestral caiçara ao contemporâneo através da literatura, filosofia, dança e artes visuais. Suas paisagens sonoras remetem à influência das culturas indígena brasileira, portuguesa e africana misturadas à urbanidade e ao cosmopolitismo. Sua música é caracterizada pela harmonia dos timbres, o minimalismo, a aleatoriedade e a melodia percussiva. Márcio Barreto (composição, voz, rabeca, clarinete, flauta, acordeão, violão, escaleta e percussão), Célia Faustino (voz, percussão, dança), Jean Ferreira (percussão, dança), Fernanda Carvalho (percussão, dança) - Márcio Barreto lança livro "O Novo em Folha".
Curador da Quinta Poética:
José Geraldo Neres nasceu em Garça, SP, em 1966. Poeta, roteirista, dramaturgo (com formação em oficinas e cursos de criação textual) e produtor cultural. Publicou o livro de poesia Outros Silêncios, Prêmio ProAC da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo 2008, (Escrituras Editora, 2009) realizado por meio do programa “Bolsa para autores com obra em fase de conclusão” da Fundação Biblioteca Nacional em 2007/2008; e Pássaros de papel (Dulcinéia Catadora, edição artesanal, SP, 2007). É cofundador do Palavreiros. Integrante do Conselho Gestor & Editorial do Ponto de Cultura Laboratório de Poéticas (Programa Cultura Viva, do MinC). Gestor Cultural e Curador da Sala Permanente de Vídeo/Doc da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará (2008). Jurado da etapa inicial do Prêmio Portugal Telecom de Literatura (2009). Ministra oficinas literárias, com ênfase em criação literária e estímulo à leitura. Seu livro Olhos de Barro recebeu menção especial na 3a edição do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção - 2010).
Blog: http://neres-outrossilencios.blogspot.com/
Escrituras Editora
Rua Maestro Callia, 123 - Vila Mariana
04012-100 - São Paulo - SP - Brasil
Tel.: (11) 5904-4499 (Pabx)
Site: www.escrituras.com.br
Blog: http://escrituraseditora.blogspot.com/
Youtube: www.youtube.com/user/EscriturasEditora
Twitter: www.twitter.com/escriturasedit
Escrituras Editora no www.facebook.com
domingo, 27 de março de 2011
POESIA: UMA MIRADA- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES(BRASIL)*
Foto: Pintura de Vigee Lebrun
UMA MIRADA (SOBRE UMA PINTURA DE VIGEE LEBRUN)
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Na leveza destes traços
a mão escorre tão lenta
e afronta
o instante passageiro
A mulher que te olha
com firmeza
é a mesma
cujo desejo não abre mão
Em pinceladas brejeiras,
esse espelho,
apenas espelha
o que a certeza introduziu na palha do teu chapeu
Uma mirada certeira
sem flecha e sem arco, aqui com os meus botões:
Somente a energia intacta
na profundidade guerreira da instigante emoção
*VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES: nasceu em Italva, interior do Rio de Janeiro, Brasil, em 25 de abril de 1956. É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista.Graduada em Letras/Português-literaturas, pela UERJ/FFP;Pós-Graduada em Literatura Infanto-Juvenil pela UFF;e em Arteterapia na Saúde e na Educação pela pela UCAM.Catedrática de Literatura do Museu Belgrano(Argentina), ortogada pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Diretora Internacional do Taller Artístico Alas Rotas-Alitas de América, nomeada pela Fundadora e Diretora Geral do T.A.A.R., em Argentina Srª Silvia Aida Catalán; Fundadora e Diretora do ENLACE MPME MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO.
Publicou: No tempo distraído (narrativas, Ágora da Ilha,2001),Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio, Ágora da Ilha, 2001),A palavra do menino e as abobrinhas ( infanto-juvenil), HP.Editora,2005), O chamado das musas.Pô-Ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira(pesquisa poética em arte e educação, Creadores Argentinos, 2008; Núncia Poética (poesias, Cbje,2010). Participa também das seguintes antologias: Os melhores poetas brasileiros Hoje/1985(Shogum Editora, 1985), III Encuentro Nacional de Narradores y Poetas - Unidos por las Letras!-2009-Bialet Massé (Córdoba, Argentina,2009), Poesia em Trânsito-Brasil/Argentina (La Luna Que, Buenos Aires, 2009, e 1º Antología Literaria Nacional e Internacional 2010 " Ser Voz en el Silencio, S.A.L.A.C. va.Carlos Paz, Córdoba-Argentina (Galia's, Editora Independiente,2010.
quinta-feira, 24 de março de 2011
CONVITE: LIVROS NA MESA - ESTAÇÃO DAS LETRAS
" Sejamos fonte...
E que a poesia
transborde
feito cachoeira..."
Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
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HOMENAGEM: NGUIMBA NGOLA (ANGOLA)
Foto: Bandeira de Angola
Foto: o poeta angolano Nguimba Ngola
MALEFÍCIO DO VÍCIO
NGUIMBA NGOLA (ANGOLA)
Penetra esguia Mente
o putrefacto odor do alcoolismo
nas colinas tímidas do lar
Solta lavas incandescentes
no escabelo das almas
que se acocoram nas barricadas do medo
É o kumbú que míngua nos bolsos
da despensa anorética
clamando pão e serapilheira
para o adorno da carne nua
Oh malefício do vício que mortifica
a paz e harmonia Seja tua habitação
as fendas escuras do além
( in Mátria, Nguimba Ngola,editado pela Arteviva, Edições e Eventos Culturais)
*NGUIMBA NGOLA: é o pseudónimo do cidadão Isalino Nguimba da Cruz Augusto, um jovem que começa agora a caminhar pelo caminho das palavras. O livro foi editado pela Arteviva, Edições e Eventos Culturais, tendo sido apresentado no centro de Luanda.
ver mais em:
http://nguimbangola.blogspot.com/.
terça-feira, 22 de março de 2011
HOMENAGEM: LUIZ MELODIA CANTA ESTÁCIO HOLLY ESTÁCIO EM BRASÍLIA NA FESTA DA FUNDAÇÃ...
" A POESIA refina o possível do impossível quando AMOR adentra a porta..."
Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
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segunda-feira, 21 de março de 2011
HOMENAGEM: TU OPERÁRIO- FÉLIX ANTÓNIO SIGÁ - (GUINÉ-BISSAU)*
Foto: Bandeira de Guiné-Bissau
Foto: Félix António Sigá (Guiné-Bissau)
TU OPERÁRIO
FÉLIX ANTÓNIO SIGÁ (GUINÉ-BISSAU)
Canta pela boca do teu sapato
e sorriu pelo calos
que se afirmam em gigantes
multiformes
onde quer que esteja
fazendo-se cidades
Das palmeiras elegantes aprumadas
ardem em mim saudades.
Choro e proteção
Anseio o abraço
das chuvas brutas
caindo aos milhões.
FÉLIX ANTÓNIO SIGÁ: nasceu há 50 anos em Bissorã região de Oio, província do Norte da Guiné-Bissau. Veio para Bissau. Onde concluiu os estudos preparatórios e secundários, atualmente é gestor e jornalista de profissão. Publicou "Arqueólogo da Calçada"(1996).
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domingo, 20 de março de 2011
MOMENTO DISCENTE: MÃE BRANCA - BRUNO NERI DE SOUZA DOS SANTOS (BRASIL)*
Foto: Mãe, de Botero
MÃE BRANCA
BRUNO NERI DE SOUZA DOS SANTOS (BRASIL)
Embala o seu filho
e esquece
que o pior a terra mandou
que o seu filho já levou.
Ela sonha mundos diferentes
onde o seu filho poderá ir a escola
A escola onde estudam os pobres.
A escola dos homens corajosos.
* A partir da prática de ensino: Jogos de Linguagem, cuja referência foi o poema "Mãe Negra" de Marcelino dos Santos, de Moçambique.
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sexta-feira, 18 de março de 2011
HOMENAGEM: UN ALTAR PARA EL AMOR - SILVIA AIDA CATALÁN(ARGENTINA)*
Foto: Bandeira da Argentina
Foto: Museu do Louvre
UN ALTAR PARA EL AMOR
SILVIA AIDA CATALÁN (ARGENTINA)
Quizá, el viento del naciente fue quien posó
tu magia de oropeles en mi espalda.
Quizá , fue doblada y en cuclillas la cruz
que sintió tu ternura posarse justo en el atrio
colmado de todos los dolores.
O bien,
despunté viva al frescor de una aurora
embebida en el elixir de tu cáliz
para mutar mariposa en cielos nuevos,
y luces, y sarmiento de tus sarmientos.
No sé,
no sé si la noche callada y absurda
envolvió el cauce salobre en su seno
con sus alas de novia y sus deidades ángeles.
Mas, me supe de repente en tu cuenco sideral
gustando el extracto de tu fruto.
Por ende, mi amor poético existe
si sé que estás y si soy infinita en vos…Amor.
(inédita)
Libro Obertura
Silvia Aida Catalán- Argentina
*CATALÁN, Silvia Aida: nació en 19/XII/1956, San Nicolás de los Arroyos – Prov. Buenos Aires, Argentina. Poeta - Cruz Roja Argentina - Artesana –Artista Plástica. Fundadora y Directora Gral. del Taller Artístico “ALAS ROTAS -ALITAS DE AMÉRICA” . Miembro Activa de la Sociedad Argentina De Escritores. Miembro Activa de la Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias - Filial Villa Carlos Paz (Cba). Difusora de la Obra VIH- SIDA – Junto al Dominicano Tony de Moya. Autora de lospoemarios: “CARICIAS PARA MI SOMBRA” Junio 2004, “CON ALAS DE GAVIOTAS Y ALONDRAS” Noviembre 2006 y Coautor de “O CHAMADO DAS MUSAS” Diciembre 2008- Arteterapia. Participó de varias antologías. Recibió reconocimientos por su actividad cultural en Uruguay, Santo Domingo, Puerto Rico, Brasil y Perú.Fundadora y Directora del Taller Artístico Alas Rotas- Alitas de América Argentina
Directora Internacional de ENLACE/MPME - Argentina
Miembro de la Sociedad Argentina de Escritores
Miembro de la Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias
Villa Carlos Paz (Cba)
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segunda-feira, 14 de março de 2011
HOMENAGEM: BAYÉTE - NOÉMIA DE SOUZA (MOÇAMBIQUE)*
Foto: Faces de África, de Ruth Palmer
BAYÉTE
NOÉMIA DE SOUZA(MOÇAMBIQUE)
Para RUI KNOPFLI
Ergueste uma capela e ensinaste-me a temer a Deus e a ti.
Vendeste-me o algodão da minha machamba
pelo dobro do preço por que mo compraste,
estabeleceste-me tuas leis
e minha linha de conduta foi por ti traçada
Construíste calabouços
para lá me encerrares quando não te pagar os impostos,
deixaste morrer de fome meus filhos e meus irmãos,
e fizeste-me trabalhar dia após dia, nas tuas concessões.
Nunca me construíste uma escola, um hospital,
nunca me deste milho ou mandioca para os anos de fome
E protistuíste minhas irmãs,e as deportaste para São Tomé...
-Depois de tudo isto,
não achas demasiado exigir-me que baixe a lança e o escudo
e de sojo, grite à capulana vermelhae verde
que me colocaste à frente dos olhos: Bayéte?
NEGRA
NOÉMIA DE SOUZA (MOÇAMBIQUE)
Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos
quiseram cantar teus encantos
para elas só de mistérios profundos, de delírios e feitiçarias...
Teus encantos profundos de Africa.
Mas não puderam.
Em seus formais e rendilhados cantos,
ausentes de emoção e sinceridade,
quedas-te longínqua, inatingível,
virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual,
jarra etrusca, exotismo tropical,
demência, atracção, crueldade,
animalidade, magia...
e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.
Em seus formais cantos rendilhados
foste tudo, negra...
menos tu.
E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós,
do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma,
sofrimento,
a glória única e sentida de te cantar
com emoção verdadeira e radical,
a glória comovida de te cantar, toda amassada,
moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
* NOÉMIA DE SOUZA: nasceu Carolina Noémia Abranches de Souza, em Catembe, Moçambique, em 1926. Faleceu em Lisboa, em 2001. Vítima de perseguições políticas por parte das autoridades coloniais portuguesas, viveu muito tempo exilida na França. Noémia de Sousa estudou no Brasil e começou a publicar em O Brado Africano. Apesar de ser uma notável expressão da poesia na língua portuguesa, ela não acreditava que seus versos – aparecidos em jornais e folhas soltas – merecessem sair publicados em livro. Foi a Associação de Escritores Moçambicanos que, em 1988, reuniu seus poemas no livro “Sangue negro”.
Fonte: “A África está em nós: História e Cultura Afro-Brasileira”, Roberto Benjamim, Editora Grafset, João Pessoa, Brasil, 2004.
___________
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sábado, 12 de março de 2011
HOMENAGEM: ÁTOMO- AGNELO REGALA (GUINÉ-BISSAU)*
Foto: Bandeira de Guiné-Bissau
Foto: Agnelo Regala (Guiné-Bissau)
ÁTOMO
AGNELO REGALA (GUINÉ-BISSAU)
Vi uma criança
Dobrar-se inocente
Sob o peso da bomba.
Vi o átomo
Desagregar-se em morte
E cobrir em cogumelo
A Humanidade,
E lágrimas de sangue
Ergueram-se
Em ogiva
Sobre o deserto,
E lá longe,
Uma pomba branca
Que sobreviveu
Sem arca e sem Noé
Chorou a loucura do Homem
(Fonte: Antologia Poética da Guiné-Bissau, Editorial Inquérito, 1990)
(In:http://www.didinho.org/apoesiadeagneloregalla.htm)
*AGNELO REGALA:nasceu em campeane, Guiné-Bissau, em 1952. Poeta e político contemporâneo.
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sexta-feira, 11 de março de 2011
HOMENAGEM: EXTINÇÃO - RÉGIS BONVICINO (BRASIL)*
Foto: bandeira do Brasil
Foto: Régis Bonvicino (Brasil)
"Para mim, poesia é um exercício de liberdade da palavra"
Régis Bonvicino
EXTINÇÃO
RÉGIS BONVICINO (BRASIL)
O lobo-guará é manso
foge diante de qualquer ameaça
é solitário
avesso ao dia, tímido
detesta as cidades
para fugir do ataque
cada vez mais inevitável
dos cachorros
atravessa estradas
onde quase sempre é atropelado
onívoro, com mandíbulas fracas
come pássaros, ratos, ovos, frutas
às vezes, quando está perdido,
vasculha latas de lixo nas ruas
engasga ao mastigar garrafas
de plástico ou isopores
se corta e ou morre ao morder
lâmpadas fluorescentes
ou engolir fios elétricos
morre ao lamber inseticidas
ou restos de tinta
ou ao engolir remédios vencidos
ou seringas e agulhas
descartáveis
dócil, sem astúcia,
é facilmente capturado e morto
por traficantes de pele
quando então uiva
Anúncio
O viaduto apartou a rua agora
trecho estreito
viela curva
raízes rasgando o asfalto
carros transitando nas quatro pistas do viaduto
urina e fezes na calçada
latas velhas de anchovas em conserva
isopores, no pôr do sol
a carcaça de uma caixa ou de um freezer?
pombas pousando nos telhados
a cumplicidade das árvores altas
o outdoor
mendigos cultivando detritos
e seu rosto, o da modelo, anunciando
“claro
que tem mais tecnologia”
pilhas de papelão
carroças
ripas
o afinco do timbre de um caco de vidro
a cabeça enfiada no joelho
o frio mais sinistro de julho
anoitece
um vulto
ao lado do muro
calado
acariciando os arcos do arame farpado
.
*Régis Bonvicino nasceu na cidade de São Paulo, 25 de fevereiro de 1955) é um poeta, tradutor, antologista, editor e teórico da poesia brasileira.Formou-se em Direito pela USP, em 1978. Estreou na imprensa, já como escritor, em 1975, no Jornal do Arena. Trabalhou como articulista do Jornal da Tarde, da Revista Isto é, e da Folha de S. Paulo até 1989, entre outros empregos. Foi militante ativo pela redemocratização do país a partir de 1974. Ingressou na Magistratura, em 1990. Seguiu colaborando na Folha e iniciou sua colaboração em O Estado de S. Paulo, em 2000. Manteve uma coluna no Portal iG em 2008 e 2009. Publicou inúmeros livros, como Página Órfã (2007).
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quarta-feira, 9 de março de 2011
HOMENAGEM: AS VOZES INFINITAS - ANA MARÍA GARRIDO (ARGENTINA)*
Foto: Bandeira da Argentina
LAS VOCES INFINITAS
ANA MARÍA GARRIDO (ARGENTINA)
No perturbes el sueño
con su avío,
su siembra,
sus dólmenes,
sus dogmas,
su fervor de verbena,
de paraíso intacto,
de arcilla,
de arboleda.
La inquietud no se fuga
como el humo sumiso
ni alimenta los pájaros
que profanan el viento,
el pan deliberado,
las semillas amargas,
los insectos,
el fuego.
El tiempo
que es monarca,
mendigo y alfarero
fatiga con sus grillos
el tedio de los puentes,
la pulpa del ocaso,
su secreto más hondo,
la íntima memoria
de lejanas batallas
libradas contra el miedo.
Es el dolor de ser,
de perpetuarse
en el leve linaje de la espiga,
en el áureo
retablo de los días
y su bagaje de voces infinitas
http://amcalidoscopio.blogspot.com/
AS VOZES INFINITAS
Não perturbem o sono
Com seu "avío",
Seu plantio,
Suas fardas,
Seus dogmas,
Seu fervor de verbena,
De paraíso intocado,
De argila,
De arvoredos.
À inquietude não se foge
Como a fumaça submissa
Nem alimenta os pássaros
Que profanam o vento,
O pão deliberado,
As sementes amargas,
Os insetos,
O fogo.
O tempo
Que é rei,
Mendigo e artesão
Fatiga com os seus grilos
O tédio dos poentes,
A polpa do ocaso,
Seu segredo mais profundo,
A íntima memória
De longínquas batalhas
Em que lutou contra o medo.
É a dor de ser,
De perpetuar-se
Na linhagem tênue das espigas,
No dourado
Altar dos dias
E sua riqueza de vozes infinitas.
* ANA MARÍA GARRIDO:nasceu em Argentina.Jornalista e poeta.
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segunda-feira, 7 de março de 2011
POESIA: COM A MINHA FLOR - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: Bandeira do Brasil
Foto: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
COM A MINHA FLOR
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Com a minha flor, canto
e a minha pétala surge lépida e guerreira, do cerne.
A única coisa que sei
é esta ânsia de ser o que sou
na descoberta de ser
o quê
a aprendizagem me encorpa
No corpo cicatrizes
de mulher plena
de possibilidades
Não dou garantia a ninguém,
acredite quem queira
essa flor
que me embala
e desnuda-se quando quer
Educação, meu nego
nem sempre aprimora
Assim, em algumas ocasiões: também grito.
E esse nosso grito é o que nos alimenta.
Portanto,
basta de lenga
que a nossa paciência
tem limites.
*VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES: nasceu em Italva, interior do Rio de Janeiro, Brasil, em 25 de abril de 1956. É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista.Graduada em Letras/Português-literaturas, pela UERJ/FFP;Pós-Graduada em Literatura Infanto-Juvenil pela UFF;e em Arteterapia na Saúde e na Educação pela pela UCAM.Catedrática de Literatura do Museu Belgrano(Argentina), ortogada pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Diretora Internacional do Taller Artístico Alas Rotas-Alitas de América, nomeada pela Fundadora e Diretora Geral do T.A.A.R., em Argentina Srª Silvia Aida Catalán; Fundadora e Diretora do ENLACE MUSEU PÓS-MODERNO DE LITERATURA.
Publicou: No tempo distraído (narrativas, Ágora da Ilha,2001),Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio, Ágora da Ilha, 2001),A palavra do menino e as abobrinhas ( infanto-juvenil), HP.Editora,2005), O chamado das musas.Pô-Ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira(pesquisa poética em arte e educação, Creadores Argentinos, 2008; Núncia Poética (poesias, Cbje,2010). Participa também das seguintes antologias: Os melhores poetas brasileiros Hoje/1985(Shogum Editora, 1985), III Encuentro Nacional de Narradores y Poetas - Unidos por las Letras!-2009-Bialet Massé (Córdoba, Argentina,2009), Poesia em Trânsito-Brasil/Argentina (La Luna Que, Buenos Aires, 2009, e 1º Antología Literaria Nacional e Internacional 2010 " Ser Voz en el Silencio, S.A.L.A.C. va.Carlos Paz, Córdoba-Argentina (Galia's, Editora Independiente,2010.
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domingo, 6 de março de 2011
HOMENAGEM: A MORTE NATURAL COM O ESCRITOR - CLAUDIA QUADRI (SUÍÇA)*
Foto: Bandeira da Suíça
Foto: Claudia Quadri (Lugano,Suíça)
A MORTE NATURAL COM O ESCRITOR
CLAUDIA QUADRI (SUÍÇA)
Ascânio ressonava no sofá. Seu nariz, a partir da perspectiva do escritor, desconfortável, parece com uma escova de vaso sanitário. O escritor desloca seu peso para uma nádega ferida, no outro finge estar, o sofá é baixo, Ascanio em seu sono, descobre um cão muito amarelo. O escritor refere-se a suas intenções depois de justicar, restaurando a ordem natural das coisas: o terrier na manta de cobertura, listrado, ele na cadeira.
Da cozinha vem o som de sua caneca de café na pia usado. Mas vai, eventualmente, passar por ele, mais cedo ou mais tarde, certo?
O melhor é que o restaurante, era ela que tinha escolhido. Ela descobriu pequenos baratos sofás cor de pêssego. O mural na parede: kitsch. Desodorante para banheiros: barato. Língua que sua esposa sabe! O cisne foi recheado, enojado e basta, e ela queria comer no terraço. Obviamente que, no projeto completo, montado nas torres. Obviamente, ele não foi tão encantador. E ela escolheu esse momento para fazer o seu giro. Isso facilitava o almoço. Que suga o linguine com molho de lagosta. E como ele tinha um aspecto sinistro, sua esposa, finalmente, deu-lhe a caneca.
- E pensar que naquela época eu era sua musa!
- Sim, mas com aquele focinho ...
Viu-o congelado do outro lado da mesa, enquanto sob a mesa, certamente, brilhou o cão do olho como uma pérola negra.
Instalado na cadeira listrada Ascanio solta um arroto pequeno. A pátina escritor desnecessariamente os pés no tapete, tentando subir o sofá de couro do assento, inclina-se para o Remy Martin. Ele tem o busto, braço, outro braço naquele momento ela aparece na soleira da cozinha, parece um mergulhador acabado de sair da água. Ele senta-se, vestindo uma mão à cabeça, reuniu-se com a cabeça careca. Corou. Ela levanta a sobrancelha, o que certamente canis disse do seu lado: Cap. facultativo.
Eles saíram para comemorar. Ele, Greta e Ascânio. O escritor recebeu o prêmio de um romance curto. "Uma longa história", disse a concorrência da menina. Novela, o escritor resolve a si próprio. Novela uma aura de nobreza. Notícias imediatamente o ar de algo mais modesto. Isso não é justo, mas é verdade. Mas esta história de "longa" e "curtas" ... Em suma, é como dizer que curto. Ele se vê como garoto logo pouco de calças curtas.
Corpo a corpo com o sofá, cansaço, inquietação, torcicolo. Ascânio com seu ar ostensivo, que é superior. Amargura, um pouco. Em um momento ele mencionou o preço.
- Você conhece a minha história ...
- Humm.
- ... recebeu um prêmio.
- Ah.
- Não é ruim, certo?
- O que te deu?
- Uma placa.
- Bravo. Intercambiáveis?
Um prato ", ele medita. Menção especial, realmente. Mas o que ele deveria ter vergonha? A placa não é uma lápide. Depois de todos. Naturalmente, esta não é a altura do "Dürrenmatt novo", como escreveu em entrevista o tarado, há algum tempo, sobre alguns de seus novos (breve). Na interrogativa, ok - um Dürrenmatt novo? ... É possível que ele não entendeu a postura no que ele disse? Ele me perguntou sobre "Deus e escrever" "escrever e ser escrito." Em um ponto, ele disse: Eu também escrevo. Eu queria responder-lhe: eu apostaria. O pesado ele esvaziou o bar. Ele levou para a geração beat. Testes do famoso artigo, o escritor nunca viu, apesar de todos os "sim, claro, escusado será dizer." Então, quando ele leu no jornal, ele queria pousar no pistola elaboração na mão, pedindo-lhe entrevistador. Diga-lhe: morrer ou ser morto? A complacência nesta Dürrenmatt novo! Ele estava certo, com certeza! pessoas alegremente imaginadas. A sutil arte de nuances, esse cara nem sabia onde encontrá-la. Se realmente houvesse ... sugerir, aludem ... E este novo, como o Beaujolais ... Quanto aos seus colegas, eles tinham montado um apelido para a eternidade.
Sua esposa desapareceu na zona da noite. Como em um selim de bicicleta muito alto ou muito baixo no guidão, o escritor tem uma visão privilegiada de seus próprios joelhos. Ele é magro. Ele tateia através do pijama de flanela. Cautelosamente, ele se move, a bola de um lado para outro, como ele já era um garoto, e ele impressionou um pouco. Sim, fino. Enquanto isso, na luta, porta do quarto. E as coxas? As coxas são muito magra. Etc .. Acima, aguardar estoque em queda livre.
Sim, uma placa, ele disse que um pouco ofendido com a gordura sobre o linguine. Ele puxou do bolso o livro vencedor.
- O cinza!
- Uns gráficos simples, não?
No gráfico, não se pode provar que ele estava errado. Por outro lado, é o editor que escolhe. Uma linha pura, então ele o chama. Pooh! Ele disse também essencial. Ele fala como um arquiteto. Por que ele não tira estacionamentos? Ele parece não ouvir o editor: algumas reservas. O livro vendeu muito pouco. Ah sim, ele também diz que uma linha de rigor. Rigor mortis, sua esposa iria dizer.
O escritor está de pé. Agora o cão ...
- Ascânio! Desce!
Baixo da cadeira. Scat. Ascânio, caramba ... Et cetera. Ele finalmente tirou o chinelo. Bocejo, chinelo que vem e vai, ameaçando o cão para baixo, o que a arrogância deste post! Curioso, em um cão, nem alto nem baixo, nem longa nem curta. Absolutamente média.
O escritor não pretende lançar-se em sua cadeira listrada quente. Ele acha que a placa de linguine, a cobertura do livro um pouco aborrecido, ele pensa em sua musa. Ele poderia se juntar a ela no quarto e dizer, desculpe-me minha musa. Ela tirou o ar de De Profundis, a sua dela de angina pectoris. Ele poderia tirar partido dos seus instintos básicos in extremis, tirar-lhe a pegajosa, espalhe a sua sombra, arrancava os cabelos - adeus ao efeito lifting, sua esposa seria parecida com uma obra de art brut. Me desculpe, eu sou querida kaput, o que você diria para um Riesling?
Cabeça, pé pesado, ele hesita, pijama listrado, cadeira listrada, talvez eu sou um idiota, um escritor absolutamente médio - mais pobres - com a sua placa para pendurar na sala. Onde? Há, talvez, ao invés de vida ainda. Ainda viva como um escritor.
(tradução em português a partir da tradução do italiano feito por Christian Viredaz )
*CLAUDIA QUADRI :nasceu em 1965 em Lugano,uma comuna da Suíça, onde ainda reside. Ela trabalhou como jornalista para a rádio italiana da Suíça e da televisão desde 1997. Após Lupe primeiro romance muito bem recebido pelo público e pela crítica, Claudia Quadri continua sua exploração de "a ansiedade de viver"(Cleis Franca): Entre e Lacrima antiche astronavi, que retrata com ternura de uma multidão de personagens, entrelaçadas histórias de família e os destinos das pessoas comuns. Sua escrita parece tomar emprestado do teatro para descrever o cotidiano, e seu tom realista alterna com trechos de grande poesia. Publicado por Casagrande em Bellinzona, seus romances ainda não foram traduzidas para o francês.
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sábado, 5 de março de 2011
HOMENAGEM: PONTO DE VISTA-MARINA COLASANTI ( ITÁLIA/BRASIL)*
Foto: Marina Colasanti
PONTO DE VISTA
MARINA COLASANTI (ITÁLIA/BRASIL)
Quando Nero queria ver
o mundo melhor
olhava-o através de
uma esmeralda.
Quando quero ver melhor
o mundo
eu o olho através
das palavras.
( Marina Colasanti. Fino Sangue. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.81)
* MARINA COLASANTI: nasceu em 26 de setembro de 1937, em Asmara (Eritréia), Etiópia. Viveu sua infância na Africa (Eritréia, Líbia). Depois seguiu para a Itália, onde morou 11 anos. Chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro, onde reside desde então.
Possui nacionalidade brasileira e naturalidade italiana.Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. É artista plástica, jornalista, escritora
Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992) que recebeu outro prêmio Jabuti, além de Rota de Colisão igualmente premiado.Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Dentre outros escreveu E por falar em amor; Contos de amor rasgados; Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, atualmente, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna com quem teve duas filhas: Fabiana e Alessandra.Em suas obras, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.
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sexta-feira, 4 de março de 2011
HOMENAGEM: GOSTARIA DE TER SENSIBILIDADE... - FRANCISCO MUÑOZ SOLER (ESPANHA)*
GOSTARIA DE TER SENSIBILIDADE
Francisco Muñoz Soler (Espanha)
Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
Gostaria de ter sensibilidade
e o talento de Federico
para poder transmitir ao mundo
meu vazio e frustração
diante do olhar de um menino
atrás de uma cerca,
gostaria ter uma migalha
de seu exuberante duende
para distribuir ao mundo
um pouco de esperança
para esses garotos que morrem
sem conhecer a ternura.
No centenário de García Lorca
(página:17, in: Lluvia Ácida)
Aunque tengo momentos de alegria
A Jorge Luis Borges
Aunque tengo momentos de alegría
siento que no vivo mi propia vida
que estoy secuestrando mi tiempo
sepultándome de futilidad y pérdida,
para evitar que esta sensación
que empieza a enmohecer mis sueños
no corroa mis entrañas
de frustración y rabia
por todo lo que estoy dejando
de vivir y disfrutar
en mi única y frágil vida,
necesito asumir los necesarios riesgos
para subir mis montañas
cometer mis errores
y contemplar mis propios atardeceres,
no quiero sentir la necesidad
de volver atrás en mi vida
cuando llegue a la edad
que sabré que pronto
me estaré muriendo,
por no haber puesto el valor
el tesón y la indispensable entrega
para tener la certeza
de haber gozado la plenitud
de mis propios días.
(Páginas:27/28, In: Lluvia Ácida)
AINDA TENHO MOMENTOS DE ALEGRIA
A Jorge Luís Borges
Francisco Muñoz Soler (Espanha)
Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
Ainda tenho momentos de alegrias
sinto que não vivo minha própria vida
que estou seqüestrando meu tempo
sepultando-me de futilidade e perdas,
para evitar que esta sensação
que começa a amolecer meus sonhos
não corroa minhas entranhas
de frustração e raiva
Por tudo que deixo
de viver e desfrutar
em minha única e frágil vida
necessito assumir os riscos necessários
para subir minhas montanhas,
cometer meus erros,
e contemplar meus próprios entardeceres,
não quero sentir a necessidade
de voltar atrás em minha vida
quando chegue a idade
de saber de imediato
que morrerei,
por não pôr o valor,
a tensão e a indispensável entrega
para possuir a certeza
de haver gozado a plenitude
dos meus próprios dias.
Los seres humanos están empeñados
Los seres humanos están empeñados
en conseguir reinos, mercaderías, privilegios
cuando las mayores grandezas
se encuentran en minúsculas esencias
como una mirada, un caricia, un sentimiento.
(Página:36, in: Lluvia Ácida)
OS SERES HUMANOS ESTÃO EMPENHADOS
Francisco Muñoz Soler (Espanha)
Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
Os seres humanos estão empenhados
em conseguir reinos, mercadorias, privilégios
quando as maiores grandezas
encontram-se em minúsculas essências
como um olhar, uma carícia, um sentimento.
Hay palabras que son como lluvia breve
Hay palabras que son como lluvia breve
agua de cristales hirsutos que rasgan
como la más afilada de las garras
su maldad es que es lluvia ácida
y sobre las almas que resbalan
dejan ulceras dolorosamente putrefactas.
(Página:51, In: Lluvia Ácida)
HÁ PALAVRAS QUEM SÃO COMO CHUVA BREVE
Francisco Muñoz Soler (Espanha)
Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
Há palavras que são como chuva breve
água de cristais pontiagudos que rasgam
como as mais afiadas garras
sua maldade é que é chuva ácida
e sobre as almas que resvalam
deixam úlceras dolorosamente putrefatas.
portada de la pintora cubana Carmen Karin Aldrey.
*FRANCISCO MUÑOZ SOLER:nació en Málaga, España – 1957.
Poeta de fina sensibilidad y compromiso con la dignidad
y libertad individual y colectiva de las personas, asimismo
aboga por la unidad e igualdad de derechos de la humanidad,
basada en la tolerancia y el respeto. Es miembro de la
Red Mundial de Escritores (REMES), del movimiento Poetas
del mundo, La voz de la palabra escrita y Militeraturas. Ha
publicado en las Revistas de Literaturas digitales Remolinos,
Palabras de Tramontana, El laberinto de Ariadna, entre
otras. Durante 2010 participó en el Encuentro Internacional
3 orillas en La Laguna, España y el Festival Internacional de
Poesía de La Habana, en Cuba. Ha escrito 11 libros, 8 de ellos
editados en formato virtual en la Red de redes. Asimismo ha
publicado La densa corporeidad de mi memoria (Ediciones
Estival, Venezuela, 2008), La claridad asombrosa (Editorial
Voces de Hoy, Florida-USA, 2009) y Una flor erguida sobre su
perfumada belleza. Antología esencial (Paracaídas Editores,
Lima, 2010). Lluvia ácida, escrita en el 2000, se convierte en
su segundo título publicado en Perú.
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quinta-feira, 3 de março de 2011
POESIA: OSSOBO - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: pássaro ossobo
OSSOBO
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Vovó Cambinda ninava menino e menina
pra mode de quê ficasse pretim pretim
que nem calango da mata virge
daí,
que a gente ria ria e ria
de perder o fôlego
até que ela,
em seus azeites,
refazia o piricote
pitava três vezes o cachimbo
e virava Ossobo
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