quinta-feira, 17 de junho de 2010

ENTREVISTA: VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES -BRASIL


ENTREVISTA CONCEDIDA AS ARTISTAS PLÁSTICAS MERCEDES E ISABEL VISCAÍNO PELA ESCRITORA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES PARA O BLOG LITERÁRIO PALABRAS INCENDIADAS ( ESPANHA), EM 24/04/2009





M e I : O que a impulsionou à arte de escrever poesia?

V.L.C.S.: A imagem do meu avô escrevendo e lendo em sua escrivaninha, isto me quedou na memória como marca de vida.

M e I.: Pertence a algum grupo de Poetas ou odeia os círculos viciosos?

V.L.C.S.: Sim, ao T.A.A.R (Argentina), onde sou Diretora Internacional em Brasil. Acredito que os círculos viciosos não medram a poesia.

M. e I. : Que lhe sugere a poesia atual?

V.l.C.S.: Uma bioecodiversidade de sentimentos e desejos e projetos de vida, com vida e na vida.

M e I.: Como definiria sua poesia?

V.L.C.S.: Uma procura de desvendar o centro da forma... esse labirinto mágico que me fascina. Coexistencialista em sua essência. Como essa que transcrevo abaixo:



Uma Lágrima em Meu Poema

Que me diga os loucos

do ponto oposto das normas,

essa lágrima em meu poema

seja para ferir a tristeza

em nossas vidas,

como um beijo enamorado.

Uma lágrima em meu poema

meu encanto em vida,

para os meninos, meninas e loucos.

Irmãos de minha utopia,

minha gramática transfigurada

escreve-se com saudades

e sementes aladas.

Flui da linguagem derramando-se

no vértigo de sensíveis mãos,e,

às vezes,

se é cifra esquecida... sentimentos,

mundo incompreensível!

Então,em tua alma, seja pão germinado.





M. e I. : Tem algum tema preferido no qual inspira seus versos?

V.L.C.S.: A vida e o tempo.

M. e I.: Tem algum lugar preferido para receber sua inspiração?

V.L.C.S.: Na cama ou mirando o mar, principalmente aqui, em Rio das Ostras-Brasil.

M. e I.: Quando escreve tem definido um tema ou simplesmente é um impulso?

V.l.C.S.: Às vezes sim, tenho um tema definido, outras apenas um impulso me elabora e convida a desdobrar-me para além... num holomovimento estético.




M. e I.: Seus escritos são produtos de sua imaginação, vivências pessoais ou somente inspirações de tempos passados ou atuais?

V.L.C.S.: Um pouco dos três. Todavia, creio que têm um quê da imaginação criativa.

M. e I.: Crê que a poesia é realmente, uma arma carregada de futuro?

V.L.C.S.: Sempre. Porque sem a poesia seria insípida da possibilidade de contemplação e construção do que é humano no ser.


M. e I.: Se mencionasse a alguns dos grandes poetas de todos os tempos, a quem nomearia e por quê?

V.L.C.S.: Para não cometer injustiça digo-lhes: todos os poetas verdadeiros em seu sentir e que deixaram em nós a semente em flor germinada de um futuro fraterno.


M. e I.: Que opina da difusão poética nos blogs (internet)?

V.L.C.S.: Interessante. Alguns, realmente sensíveis e estéticos.

M. e I.: Crê que a poesia é uma forma de terapia pessoal?

V.L.C.S.: Sim, de certa forma a mim ensinou-me a mirar a mim mesma e as demais pessoas em suas grandezas e miserabilidades.

M. e I.: Que autores influenciaram em sua poética?

V.L.C.S.: Monteiro Lobato ( Brasil), Cecília Meireles (Brasil), Oswald de Andrade ( Brasil), Gabriela Mistral ( Chile), Fernando Pessoa ( Portugal) e de certa forma, todos àqueles a quem li e reli.

M. e I.: Ser poeta é uma sorte ou uma desgraça?

V.L.C.S.: Uma sorte, porque adoro esta palavra e escrever para mim foi uma escolha em vida.

M. e I.: Miguel de Unamuno sustentava que no poeta deve prevalecer a preocupação metafísica. Rubén Darío a preocupação estética. Com quem se quedaria?

V.L.C.S.: Adoro ambos, todavia gosto de ter uma preocupação com a estética.







M. e I.: Que três coisas diria a um poeta que começa seu caminhar?

V.l.C.S.: Que ouse sonhar, acredite sempre que a palavra é a verdadeira semente da humanidade e que seja fiel a si mesmo.


M. e I.: Quais são os temas poéticos que mais lhe inquietam?

V.L.C.S.: A vida, a morte, a natureza, o homem e o tempo.

M. e I.: Poderia contar-nos um pouco de sua vida, de suas obras publicadas, prêmios, atividades literárias?

V.L.C.S.; Chamo-me Vanda Lúcia da Costa Salles. Sou educadora, artista plástica e poeta. Nasci em Italva ( palavra que significa: pedra branca) e meu nome tem como significado: peregrina da luz. Tenho 53 anos quase completos. E estou na idade do sorrir, sempre. Possuo 6 livros publicados e outros tantos a publicar. No entanto, amo a narrativa NO TEMPO DISTRAÍDO, porque se trata de um pastiche sobre a pessoa humana imerso na sociedade contemporânea globalizada, onde a personagem central é a Língua Portuguesa, isto é, A ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO ( nome dado ao idioma pelo poeta Olavo Bilac).E estou deveras encantada com a publicação atual que se chama O CHAMADO DAS MUSAS; PÔ-ÉTICA HUMANA: O Enigma do Recheio – a arteterapia ao sabor da educação brasileira ( pesquisa em Arte e Educação ), construção poética a partir de trabalhos em artes plásticas, teatros, musicais, vistos à luz da Arteterapia. Prêmios quase nenhum, atividades literárias inúmeras.

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