Foto: Maria Amaral Ferreira ( In memorian), mãe da poeta
MÃE
Por: Vanda Lúcia da Costa Salles
I
Um signo marca a tarde, alegria
... nasce desse abril que tanto amavas
Do gesto, o canto samba
II
em gorjeios-pássaro entoam,
e garças plainam no brilho espumoso da maré, loas
um galanteio no azul, é
III
o que de longe imaginas, broto
todo um leque de igual sabor, a esgarçar
sorrisos nas mãos que tocas
IV
E se Deus houvesse lido, linhas essas
E se Deus houvesse lido, linhas essas
que sonhando brindas no fulgor adormecido
da tarde que voa, Ela, com toda certeza
V
compreenderia das lágrimas, o porquê
da vida não medir esforços e refazer
do pranto só ternura e broas, amo
VI
de ti, o canto entoo quando
serena, à noite, aprumo a esperança
e lanço-me veleiro ao mar...
VII
VII
... aberto peito, jorra cascatas, em flor
meus versos são pétalas recém-nascidas, da agonia
e do desacerto, acalanto
VIII
o qual, ninguém entende, nadar frequente
notívago inseto, vago
em Dó maior.
IX
e a mãe, enlaça bandeira e vento em face
Na face Gorki não cala o que a fala engole, o risco
emblemático de bem-te-vis
X
canto a canto,m saliva engasga, um beijo estala
mais atrevido o sonho jorra: caraminholas
e amores-perfeitos
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