sábado, 30 de abril de 2011
POESIA: SONETO - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: Ilha Dálmatas
SONETO
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Ah! Se a fina brisa que agasalha essa alvorada
estendesse o manto e nos abrigasse leve
como mãos suaves nos acariciaram um dia,
mesmo fosse um instante ao nascer
E divina propusesse o encanto dessa melodia
a cantar as coisas como há que ser
nessa linda voz que contagia o mundo
como poesia gardiã do ser
E os pirilampos acendessem faros
iluminando as horas do amanhecer tão raro
de perfumadas folhas em ramos estelares
Assim quem sabe, a maré matreira não vire este barco
nesse mar revolto que nos leva aos trancos,
deixando-nos, pouco a pouco, à mercês do fado
sexta-feira, 29 de abril de 2011
ATENÇÃO: GALIZA CO GALEGO ACTO PÚBLICO A PROL DA EDUCACIÓN EN GALEGO O VERNES 29 DE ABRIL NA CASA GALEGA DA CULTURA EN VIGO (ESPANHA)
Foto: Bandeira da Espanha
Foto: Bandeira de Vigo (Espanha)
Foto: Escudo de Vigo (Espanha)
Foto: Praça de Vigo (Espanha)
GALIZA CO GALEGO ACTO PÚBLICO A PROL DA EDUCACIÓN EN GALEGO O VERNES 29 DE ABRIL NA CASA GALEGA DA CULTURA EN VIGO
A Comisión Promotora Galiza co Galego, en colaboración coa plataforma Prolingua, invítao a participar no acto público a prol da educación en galego que terá lugar o venres 29 de abril, en horario de 20:00 a 21:30 horas, na Casa Galega da Cultura situada na Praza da Princesa do Concello de Vigo.
Programa:
Presentación a cargo de dona Iolanda Veloso Ríos, concelleira da Área de Xuventude, Igualdade e Normalización Lingüística do Concello de Vigo.
Relatorios:
“Razóns para educar en Galego”.
Relatorio a cargo de D. Manuel Bragado Rodríguez, licenciado en Ciencias da Educación, mestre de educación infantil e primaria, ex presidente da asociación pedagóxica Nova Escola Galega e director xeral de Edicións Xerais de Galicia.
“Linguas minorizadas europeas en proceso de normalización”.
Relatorio a cargo de D. Xosé-Henrique Costas González, lingüista, director de Normalización Lingüística e vicerreitor de Extensión Universitaria da Universidade de Vigo.
“Construíndo futuro; escolas en galego”.
Relatorio a cargo da Comisión Galiza co Galego, con información sobre o traballo desenvolvido cara a facer efectivo o noso dereito á educación en galego.
Grazas ao apoio das/os nosas/os socias/os e dos preto de 3.000 compromisos acadados do movemento popular de Galiza co Galego, podemos realizar actos divulgativos como este.
Agradeceriamos a súa asistencia a este acto, así como a divulgación deste comunicado.
O presidente.
Francisco X. López (de Limiar)
Mais información en:
http://limiargalego.blogspot.com/
Apoio económico, participación e afiliación en:
http://limiargalego.blogspot.com/p/afiliacion-cgg.html
Contactos: comisiongalizacogalego@gmail.com Telf: 629891145
Situación do lugar do acto: Casa Galega da Cultura
Enderezo: Praza da Princesa, 2, 36202 Vigo
Coordenadas de localización conforme Google Earth:
42º 14' 18.68” N / 8º 43' 32.21” O
*VIGO:
Vigo - está situado em um paraíso natural. Localizado na foz do rio que dá o seu nome e está rodeado por belíssimas praias. É a maior cidade da Galiza, com uma população de aproximadamente 300.000. A oferta da cidade é muito ampla: desportos aquáticos, shows de rock, o mercado de Peter, as Ilhas Ciés ... Em geral, devido à sua localização e tamanho, Vigo é uma cidade muito atraente como destino turístico.
Tem uma longa história. Desde as suas origens celtas e assentamento romano até ao objecto militar para os gostos de Francis Drake, Napoleão e impérios como o turco.
Hoje é uma cidade próspera, fortemente industrial, com actividades tão importantes como a pesca, na zona franca, a indústria automóvel, a pedra e a construção naval.
Como paraíso natural é inevitável visitar as Ilhas Ciés, pertencente ao Parque Nacional das Ilhas Atlânticas, a praia de Samil ou na baía de San Simón. Na cidade pode passear pela cidade velha, visitar o mercado de A Pedra e a Catedral de Santa Maria. O Museu de Arte Contemporânea, Marco, e o Museu do Mar de Galicia. O Monte de O Castro se encontra no centro da cidade e da Porta do Sol, Ponte de Rande, que cruza o rio de um lado para o outro, é um emblema da cidade e oferece uma vista maravilhosa.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
POESIA: POR QUE A VIDA- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: Matisse ( Luxo, calma e volúpia)
POR QUE A VIDA
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
por que a vida é quase assim,
mais que tudo que eu li
mais, muito mais
que
as histórias de ti,
mais,e além
dessa ostra que não explica
o aguçado alvoroço
dessas crianças pulando algumas ondas
na praia do Meio
por que a vida é quase assim,
porque assim é o sabor
mais, muito mais
que luxo, calma e volúpia
Mas presente no sonho de Matisse
Com formato exato,
conciso,
como esta saudade que nos toca, agora.
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terça-feira, 19 de abril de 2011
HOMENAGEM: EU ACUSO - IGOR PANTUZZA WILDMANN (BRASIL)*
Foto: Bandeira do Brasil
Foto: Professor Kássio Vinícius Castro Gomes (O crime ocorreu em Belo Horizonte em 8/12/2010,morto a facadas dentro do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de BH),conforme se pode verificar no noticiário da imprensa mineira e paulista.
J’ACUSE !!!
(Eu acuso !)
(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)
« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. (Émile Zola)
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)
Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).
A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.
Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.
No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”
Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...
Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.
Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.
Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;
EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;
EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;
EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;
EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;
EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;
EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;
EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;
EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;
EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;
EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição;
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;
EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;
Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.
Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.
A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”
Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.
*IGOR PANTUZZA WILDMANN
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
HOMENAGEM: AMIGOS - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: Hayter
AMIGOS
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Dei cordas ao meu coração
e ele retribuiu-me com ardor
Enlaçou-vos nessas fibras delicadas,
que a amizade floriu
( como só ela sabe ),
dessa maneira singular,
entre prosa & poesia,
para despertar através de nossas bocas
um dos enigmas da vida.
E é sempre a utopia a aliviar as cicatrizes!
quarta-feira, 13 de abril de 2011
HOMENAGEM: A MALDIÇÃO DO PROFESSOR - SILAS CORREA LEITE (BRASIL)
Foto: Bandeira do Brasil
Foto: Silas Correa Leite (Brasil)
A MALDIÇÃO DO PROFESSOR
SILAS CORREA LEITE (BRASIL)
Conta a lenda que, quando Deus liberou o conhecimento sobre como ensinar os homens, determinou que aquele “saber” ficaria restrito a um grupo muito selecionado de sábios. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam “semideuses”, alguém traiu as determinações divinas…Aí aconteceu o pior!
Deus, bravo com a traição, resolveu então fazer valer alguns mandamentos:
E DECIDIU A CRUZ DO PROFESSOR:
1º — Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
2º — Não verás teu filho crescer.
3º — Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
4º — Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera.
5º — A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o china in box.
6º — Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.
7º — Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho;
8º — Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.
9º — Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.
10º — As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que ensinam e as que não entendem. E verás graça nisso.
11º — A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.
12º — Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.
13º — Terás sonhos, com cronograma, planejamento, provas, fichas de alunos, provas substitutivas e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.
14º — Exibirás olheiras como troféu de guerra.
15º — E, o pior.….… inexplicavelmente gostarás de tudo isso…
16º -- Então, e finalmente então, serás chamado de PROFESSOR!
ORAÇÃO DO PROFESSOR
SILAS CORREA LEITE (BRASIL)
Planejamento que estais no computador
Carregado seja o Vosso Programa
Venha a nós o vosso ensinamento
Seja gerada a ficha de lançamento
Assim no Diário como no email
Não nos deixais cair o apagador
Mais nos livrai do holerite-cebola (que a gente abre e chora)
Assim na HTPC como na Coordenação Pedagógica
Amém
............................................................................
OUTRA ORAÇÃO DE PROFESSOR EM SP
SILAS CORREA LEITE (BRASIL)
Oração de Professor Sofrido do Estado de São Paulo
In Memoriam do Mestre Paulo Freire e de Franco Montoro
(O último governante a valorizar a Educação
pública com respeito, carinho e educação... )
Senhor...
Tende piedade do Professor de São Paulo, pobre Professor
Que nas unidades escolares despreparadas
De uma sociedade consumista no olho do furacão
- E de famílias mal-amadas –
Entre um cínico estado mínimo promovendo muito ouro e pouco pão
Tenta reger as suas tantas duras jornadas
Com um indigno salário pífio, vergonhoso, vão
Trabalhando pesado para suportar a total falta de estrutura na Educação...
Senhor...
Tente piedade do mal-valorizado Mestre, pobre Professor
Também como uma espécie de Sem Teto, Sem Salário, Sem Amor
Que num sistema público sem suporte
Rala como um miserável cão
Mais um holerite desumano, de morte
E a hipocrisia de políticos dessa infame geração
Em que a violência é o Quinto Poder
E o educador atarefado ainda tem que sobreviver
Na falta de justiça e pão...
Senhor...
O Educador para se sustentar
Em vários lugares tem que matar de trabalhar
E da periferia sociedade anônima à escola ser exemplar
Ainda ser assim por isso mesmo digno na docência
Mesmo com o seu triste e desproposital salário de fome
Tem que fazer bicos para prosseguir... continuar
Em Vosso Santo Nome
E o exercício da profissão
Como uma missão; uma luta a travar...
Senhor...
Tente piedade do professor – e dos alunos carentes
Que enfrentam a insensibilidades dos palácios regentes
E sendo filhos desse solo – entre governos insanos, incompetentes
Vão encarando a educação pública com sangue, o suor; essa gente
Sofrendo e seguindo em frente
Com o giz, a régua, o apagador
Sonhando justiça ainda que tardia que valore a educação pública, o seu labor...
E se um dia eu tombar, no exercício da profissão, Senhor
Em que me fiz plantador de sonhos, Educador
Tente piedade do que virá; o próximo Professor
Que ainda virá a se formar...
E que certamente sonhando estará para nos continuar
E também encarar a total falta de incentivo e valor
Como “suBornus” e outras mentiras amorais de governo enganador
Entre tantas hipocrisias
De atitudes falsas, vazias
E dai-nos, pelo menos, o céu de sua recompensa, Senhor
Com uma lousa celeste, e um novo giz, um novo apagador
E uma coroa de glória com novo juízo de valor
Numa lousa de estrelas, pois, seja como for
Aqui na Terra de Bandeirantes com sangue e lágrimas carregamos a nossa dolorosa cruz, de PROFESSOR...
-0-
(Poema da Série “Samparaguai da Força Que Destrói Coisas Belas" – Poemas e Sofrências da Escola Pública, Livro Inédito do Autor)
PORQUE SOU PROFESSOR
SILAS CORREA LEITE (BRASIL)
Para os Educadores da Coordenadoria do Butantã
Sou PROFESSOR porque...amo a vida, amo as pessoas, amo servir e trocar confeitos de sonhos e esperanças.
Sou PROFESSOR porque creio na fé, no conhecimento, e no saber que provoca mudanças essenciais para todos.
Sou PROFESSOR porque... o amor também move moinhos além de remover montanhas, e é pra frente que se anda, é para cima e para dentro que se evolui espiritualmente.
Sou PROFESSOR porque... pássaro que sabe que pode voar mais longe, tem que partir primeiro...
Sou PROFESSOR porque...acredito na distribuição do pão e da água, além da vontade de viver intensamente tecendo somas de vivências e iluminuras.
Sou PROFESSOR porque...confio na beleza da produção de conhecimento e da pesquisa em parceria dinâmica salutar.
Sou PROFESSOR porque...a alma da ciência é a perseverança e o dinamismo da dedicação uma missão como soma pelo viés plural-comunitário.
Sou PROFESSOR porque...a palavra é luz, o livro é estandarte e a troca de bagagens (Ave Paulo Freire) um elo de exortação à vida infinita que é uma eterna busca.
Sou PROFESSOR porque...a união vale o esforço, faz a força do grupo docente e discente irmanados; a união de propósitos em comum faz o acervo ético, e a amizade é uma escada para o alto, para a essência vital do divino amor cósmico.
Sou PROFESSOR porque...sempre me encontro comigo mesmo, a cada aula, cada situação-problema, e quando estou em sala de aula eu me sinto dentro do meu próprio coração.
Sou PROFESSOR porque...lecionar é uma lavra de humanismo de resultados, arados e a estrelas no mesmo canteiro sideral da espécie que é energia, calor e luz.
Sou PROFESSOR porque...dar aulas é oferecer a mão estendida, o ombro amigo, o afeto que se encerra num abraço terno à procura de uma boa mensagem sementeira para o futuro.
Sou PROFESSOR porque...a pedra bruta para se tornar diamante de valor precisa da estima, da lucidez e do fogo da forja que é primordial no caminho do estágio evolutivo seqüencial.
Sou PROFESSOR porque...a docência é missão, é dádiva, é semeadura de tantas estradas que vão dar muito além desse planeta geóide.
Sou PROFESSOR porque... de uma maravilhosa mestra me fiz poeta precoce, de uma educadora meiga me fiz Crusoé, de uma pedagoga diferenciada me fiz baladeiro a oxigenar seixos íntimos, sonhando - nos estudos, no livros, nas aulas - um lugar ao sol e o pote de ouro atrás do arco-íris.
Sou PROFESSOR porque...me respeito e gosto de fazer o que faço, amando para ser amado, me modificando (e moldando-me sempre para melhor) a cada dia, descobrindo sempre novos horizontes pelo olhar do aluno-filho, cada um deles com perspectiva especial de uma alma cidadã.
Sou PROFESSOR porque...faço parte da orquestra dos sensíveis, e me dou, livro aberto, para a biblioteca universal dos dias que são páginas de rostos de seres puros buscando apreendências e letramentos...
Sou PROFESSOR porque...ensinar é levar o aluno enquanto ser e enquanto humanus, para uma viagem ao reino encantado da palavra, do saber e até do conhecimento científico.
Sou PROFESSOR porque...como diz o poeta, o aluno é como a madeira, se for devidamente "tocado" - INSPIRADO! - pode tornar-se flauta.
Sou PROFESSOR porque...minha maior rebeldia é querer mudar o mundo pra melhor, plantando ideais nos corações e mentes de meus canteiros cíclicos que, certamente levarão minha mensagem de amor e fé para o futuro da espécie, uma vida melhor, mais justa.
E, por fim, sou Professor porque assim sou feliz, pareço feliz, semeio sentidos de grandes buscas, com parcerias e vivências de inclusões, e sei que, com certeza, há muito mais luz no processo do ensino-aprendizagem do que no átomo. E sei também que o aluno é uma árvore que tem que ser bem cuidada, bem regada, bem preparada, solidificada com carinho, bem adubada até, para, serenamente crescer e dar flores e frutos. E assim sei da responsabilidade que, com meu trabalho, tenho com a sociedade, com a vida, com o mundo, por isso mesmo espero ser um dia um belo fruto na seara desses alunos que amo tanto.
(*)- Professor de escola pública no estado de SP, o estado mais rico da nação, ganha trinta por cento a menos do que o professor da educação pública do Piauí, o estado mais pobre do Brasil...
Poeta Professor Silas Correa Leite – Origem: Santa Itararé das Artes, Sul de São Paulo, Trabalha e mora em SP, Vila Sonia, Butantã, SP.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
HOMENAGEM: LLAMADA - ALEJANDRA BURZAC (ARGENTINA)*
Foto: Bandeira da Argentina
Foto: Alejandra Burzac (Argentina)
LLAMADA
ALEJANDRA BURZAC (ARGENTINA)
Dos almas se estremecen
al unísono
con una palabra
con el simple sonido de la voz.
¿Quién dice que no existe
el sexo a la distancia?
Si al oírte me siento poseída
si al escucharme me oyes
penetrada.
Si un segundo antes
de la despedida sentimos ambos
el placer del éxtasis.
BESO
ALEJANDRA BURZAC (ARGENTINA)
Aunque jamás mis labios
se quemaron en los tuyos
ni mi lengua busco tu alma
en tu boca entreabierta;
Sé que he de arder
entre tus brazos
como antorcha
en la profundidad de la noche
más oscura.
Sé que tu ser
socavando mis entrañas
me llevará al frenesí
al desatino.
Se que tu cuerpo palpita
igual que tu mirada
al verme distante
y encendida.
SOLEDAD
ALEJANDRA BURZAC (ARGENTINA)
Escamada se torna mi tez
por la ausencia innecesaria de caricias.
Escamas surgen en mis manos
que sangran acariciando la piedra.
Escamado está mi oído
que no sabe de palabras tiernas.
Escamas en él ánimo
cubierto de reproches.
Escamado está mi ser
de cabeza a pies, de pies a cabeza
Escamada tengo el alma
De tanta Soledad y tú Silencio.
RECIPROCIDAD
ALEJANDRA BURZAC (ARGENTINA)
Tenue luz que diviso a la distancia.
Distancia de afectos que duelen.
Dolor por lo lejano sin retorno.
Retorno a los abismos de mí ser.
Me busco en el vacio
Me intuyo en el silencio.
Me veo en la neblina espesa, negra
Sedienta de amor, de compañía.
¿Dónde va mi cuerpo sin sentido
Jugando a seducir una quimera
creyendo que a quien ama
también ama?
(Del Libro: “Instintos Naturales”, Poesías, abril de 2011)
*ALEJANDRA BURZAC
Escritora, Ensayista, Poeta y Editora tucumana. Prof. en Lingüística Regional Castellano—Quichua. Fue, Docente en la UNSE, Directora del Área Lingüística Regional Tucumán de la U.N.S.E. Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales y Ciencias de la Salud, Área Quichua, Incorporado Tafí Viejo, Tucumán. Corresponsal de Prensa del AIRA y Delegada de Apoyo, de la Secretaria de Estado de Cultura de la Provincia de Tucumán.
Publicó: «Eterna Búsqueda» (2006); «El Avá Nee» (Ensayo), y «Origen Entrada y Consolidación del Quichua Santiagueño» (Ensayo), también en Antologías nacionales.
Es editora literaria de diversos autores de la región; Conferencista y Jurado de Concursos Literarios.
Dirige la Editorial Trascendernoa.
Es Coordinadora General del la Fundación Familia y Educación y del Centro de Prevención contra la droga y Lucha contra el narcotráfico.
Socia de Sade Seccional Catamarca y Seccional Tucumán.
domingo, 10 de abril de 2011
MOMENTO DISCENTE: TEM QUE TER - VITÓRIA SOARES (BRASIL)*
Foto: Gomez
TEM QUE TER
VITÓRIA SOARES (BRASIL)
Tem que ter paz,
tem que ter união,
tem que ter paixão
tem que ter confiança
tem que ter esperança
Tem que ter afeto
tem que rezar
tem que sonhar
Nós temos que ter
vária coisas,
além de riquezas,
desses detalhes.
Afinal de contas,
tem que ter alegria
para se ter harmonia... E a felicidade!
* Em aula de Produção Textual e Jogos de Linguagem
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sexta-feira, 8 de abril de 2011
POESIA: O PORQUÊ- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Foto: Pintura- trabalho coletivo de alunos do fundamental, em técnica arteterapêutica, com a professora Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)
O PORQUÊ
Aos adeptos da utopia...
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
Estamos em luto. Pesado luto.
As palavras escorregam para depois emudecerem
como quiabo tropeçando em sua baba
que nunca agrada a ninguém
A imaginação fértil não se explica
Não se explica também o entrave emocional
e nem essa tragédia
na escola pública brasileira
que já era em si
anunciada,
mas ninguém queria enxergar
Dentro da sala de aula, nas mãos trago
sonhos inacabados,
três pilot regarregáveis descarregados
(sou da língua portuguesa- não sei se isso explica)
nas cores azul vermelho e preto
E vivo esperando o final do mês para que
alguém possa,
com educação na Educação,
recarregá-los,
porque o meu salário no final do mês,
não comporta mais pagá-los.
Vivo cansada do politicamente correto
e desconfio
das malversações das verbas públicas
(principalmente, na Saúde e na Educação),
por isso tenho medo,
enlouquecido medo,
de que já não consiga mais ler
porque
tentei, tento e não consigo
nem registrar direito no INPI,
àquilo que é de meu direito.
Em meu país,
às vezes sinto,
que o cidadão e a criatividade
estão sendo varridos para debaixo do tapete.
Nesse momento,
não consigo conter as lágrimas
e nem quero contê-las.
Sei que sou somente mais uma professora enlouquecida na impotência
que se refugia,
no espaço aberto,
da linguagem
domingo, 3 de abril de 2011
POESIA: ENCANTO DA POESIA - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)*
Foto: Braque
ENCANTO DA POESIA
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
plantei nossos sonhos em um pequeno canteiro
que a mim coube esculpir
no dentro d'alma tangente
desse bandolim
cujas cordas
encantou o teu coração
era um dia qualquer de abril,
a tarde tão longa: desejosa de ti,
mais parecia
uma aprendiz de feitiçaria
melódicas emoções compreendemos
no bojo que era
a primícia das coisas tantas
e olhando-nos face a face,
enamorados,
embalamos e disseminamos
o encanto da poesia
rododentro e amapolas,
plantas todas em uníssono
aclamaram
o que se quis.
e havia aquele teu jeito de felino, tão jou!
*VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES: nasceu em Italva, interior do Rio de Janeiro, Brasil, em 25 de abril de 1956. É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista.Graduada em Letras/Português-literaturas, pela UERJ/FFP;Pós-Graduada em Literatura Infanto-Juvenil pela UFF;e em Arteterapia na Saúde e na Educação pela pela UCAM.Catedrática de Literatura do Museu Belgrano(Argentina), ortogada pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Diretora Internacional do Taller Artístico Alas Rotas-Alitas de América, nomeada pela Fundadora e Diretora Geral do T.A.A.R., em Argentina Srª Silvia Aida Catalán; Fundadora e Diretora do ENLACE MPME MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO.
Publicou: No tempo distraído (narrativas, Ágora da Ilha,2001),Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio, Ágora da Ilha, 2001),A palavra do menino e as abobrinhas ( infanto-juvenil), HP.Editora,2005), O chamado das musas.Pô-Ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira(pesquisa poética em arte e educação, Creadores Argentinos, 2008; Núncia Poética (poesias, Cbje,2010). Participa também das seguintes antologias: Os melhores poetas brasileiros Hoje/1985(Shogum Editora, 1985), III Encuentro Nacional de Narradores y Poetas - Unidos por las Letras!-2009-Bialet Massé (Córdoba, Argentina,2009), Poesia em Trânsito-Brasil/Argentina (La Luna Que, Buenos Aires, 2009, e 1º Antología Literaria Nacional e Internacional 2010 " Ser Voz en el Silencio, S.A.L.A.C. va.Carlos Paz, Córdoba-Argentina (Galia's, Editora Independiente,2010.
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